"O meu irmão não é homossexual"
Joana Seabra, 25 anos, é irmã de Renato Seabra, 21, e garante que o manequim "é heterossexual". Numa altura em que está em causa um alegado crime passional, esta médica interna e presidente da JSD de Cantanhede garante ao DN: "O meu irmão não é homossexual e, como irmã, tenho a certeza absoluta disto. Teve várias namoradas, mas agora estava livre." Adianta ainda que, em casa, Carlos Castro foi sempre "falado" como "apenas um amigo" do irmão, "que ia ajudá-lo na moda" e, por isso, "nunca houve qualquer relacionamento entre eles".
A família sustenta que nada, em Renato, indiciava comportamentos agressivos ou instáveis que legitimem o crime de que é suspeito. "Ele sempre foi uma pessoa extremamente calma, pacífica, nunca fez mal a ninguém e só tem amigos", afirma a irmã. Até ontem ao final da tarde, Renato Seabra estava internado na ala de psiquiatria da unidade hospitalar de Bellevue, em Manhattan, e não tinha ainda falado com a família. "Ainda não fomos contactados e não sabemos de nada", declara Joana Seabra.
Em Cantanhede, onde o manequim e aspirante a professor de Educação Física ainda residia com a mãe, Odília, enfermeira no Centro de Saúde de Cantanhede, e a irmã, a notícia do alegado homicídio deixou as pessoas em estado de choque. "Estamos todos sem palavras", declara Lurdes Silva, presidente da Associação Columbófila Cantanhedense, que conhece Renato desde que "ele tinha oito anos" e com quem trabalhava frequentemente em campos de férias. Classifica toda a história como "inacreditável", mas defende que, desde que foi finalista no programa da SIC À Procura do Sonho, que decorreu no Verão de 2010, mostrou ligeiras alterações. "Obviamente que era muito mais preocupado com a imagem, mais cuidadoso, mas continuou a ser o mesmo Renato", relata à nossa reportagem.
Campeão nacional de basquetebol universitário, o estudante de Coimbra sonhava com uma carreira na moda e era agenciado pela Face Models, de Fátima Lopes. Ao DN, a estilista disse "estar chocada", porque se tratava de "um rapaz discreto, tímido e que não dava nas vistas". Vários são os vizinhos que estranham agora a comentada homossexualidade. "Sempre o vi com muitas miúdas, mas se eram namoradas ou não não sei", informa Lurdes Silva, que ainda se lembra dos tempos em que o manequim era acólito na igreja de Cantanhede.